domingo, 23 de janeiro de 2011

OLHOS NO OLHOS

E essa agora? Vem com essa conversinha mole de que veio saber como ela está. Que nada! Acho que na verdade ele não aguentou olhar nos olhos dela e vê-la feliz. Eu aqui desse sofá sei de tudo. Sei quantas lágrimas ela derramou abraçada comigo. 
Vocês podem pensar que almofada não sente. Mais sente, viu! No dia da partida foi aquela covardia. Seja Feliz.  Passe bem  porque eu tenho de ir. Ela, certa de que havia outra, enlouqueceu de ciúmes, chorou rios de lágrimas. Mas a danada é obediente. Três meses e já estava bem felizinha. Muitas vezes a vi dançando e cantando aqui na sala. A cada encontro novo ela remoçava. E não foi um só não. Depois de tanta monogamia a variedade lhe fez bem. 
Não acredito que ela está abrindo o vinho. Paixão antiga sempre mexe com a gente... Está facilitando com essa história de que a casa é dele. Ele vai sentar aqui do meu lado. Que falta que me faz um boca cheia de palavras para mandar esse ordinário embora. Depois sou eu que enxugo as lágrimas. 
É isso menina, detona. Estou em outra sabe, com a sua partida resolvi experimentar outros relcionamentos, muita gente me amou, mas eu não quero me amarrar de novo não. Eu não diria melhor. Dorme com essa ladino. Se eu não te conheço, até trazer outra para casa você trouxe. Sentou aqui exalando perfume de melancia. Mal gosto. 
Quero ver o que você sente vendo ela lépida como uma pena de flamingo, flutuando em outros abraços. Dorme com essa Don Juan. E pode ir partindo que o moço de hoje chega daqui a pouco. Vai levá-la para jantar naquele restaurante luxuoso a beira da lagoa. Só posso te dizer que você perdeu. P.T. e saudações.

Norma de Souza Lopes

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