terça-feira, 15 de outubro de 2013

Cadeira Vazia

um menino de periferia
um pouco velho que o de sua classe
tinha coragem nos olhos
e vontade férrea 
para não cumprir decreto

começou a ler poesia
debaixo do braço 
trazia em secreto uma  Adélia
como quem guarda preciosa bagagem

um dia deixou de vir
e de adivinhar o fim das histórias
achou droga mais satisfatória que a escola
a cadeira vazia ditou desventura

a despeito de sua falta
sigo alimentando a ilusão 
de que a poesia salva.

N.S.L
30/12/12

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