Aproveitei o carnaval em casa para ler "A flor do Deserto" livro memoríalistico de Waris Dirie, uma grande modelo que nasceu na Somália em uma tribo nômade do deserto africano. A modelo nasceu numa família de 12 filhos e fez sucesso na Europa e nos EUA. Waris relata sua infância como pastora de carneiros e camelos e as brincadeiras com os irmãos. Conta como, aos cinco anos, sofreu a mutilação imposta pelas tradições da tribo e teve arrancado clitores e lábis vaginais, ficando com apenas um pequeno furo por onde, com dificuldades, podia urinar.
Aos treze anos seu pai engedra um negócio de casamento de Waris com um senhor de sessenta anos em troca de cinco camelos e a menina inicia sua fuga. Ela relata sua viagem até a casa de parentes em Mogodíscio, capital da Somália, onde foi acolhida mas explorada pelas tias. Quando escolhe ir para Londres para casa de uma tia pensa estar livre mas continua, por quatro anos, sendo explorada como doméstica. Quando a tia e seu marido diplomata anunciam o retorno para a Somália Waris decide ficar e trabalhar como garçonete no McDonalds. Mora durante um tempo na Associação Cristã de Moços até ser descoberta como modelo. Casa-se com um inglês em troca do visto mas é perseguida pelo mesmo durante muito tempo. Waris encerra o livro contando do seu orgulho em aceitar o cargo de Embaixadora da ONU e como se sente feliz em lutar contra a mutilação feminina.
Apesar dos relatos acerca da tradição desumana de mutilação, achei que o trata-se mais de uma bela história de auto superação
Norma de Souza Lopes
Nenhum comentário:
Postar um comentário