domingo, 21 de maio de 2023

tênue

lembra-se daquele dia na praça da matriz

quando corremos atrás do pardais só para fingir que voávamos?

juntas não há constrangimento em ser infantil


lembra da máquina de música movida a moedas

quem usa moedas hoje em dia, meu bem?


a gente se encontra

nestas pedras gastas da leste

xeque-mate você disse, é uma bebida de morte

e nem com isso aprendi


fito seu sorriso largo, um rio amazonas 

atravessando a semana de bh

outro dia te vi pedindo vinho 

no bar do antônio

ele caprichando

é sempre assim pra você 

a vida te dá extras

olhando sem muita vigilância

você nem parece fazer tanta força

para ser feliz


arquiteto planos 

para poder continuar te amando

sem essa tralha do amor romântico

mas, se me distraio

já estou citando adélia, adília, drummond

querendo inventar um poema 

onde habitamos sós


simulo uma sereia

a espera que você

possa me desejar


queria pousar

em você, meu amor

como quem põe flores 

em seus cabelos

escondê-las na bagunça dos cachos

até que imperceptível

elas gravitassem pelo ar

indolores

Nenhum comentário:

Postar um comentário