segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Lua nova

 
Achei tão bonitinho ver você correndo hoje, daquele jeito que as pessoas correm, executando movimentos rápidos mas sem realmente se mover mas depressa.
De longe parece fácil calar esse seu parlatório com um beijo, cheirar o seu cabelo e pedir que você nunca me deixe. 
Mas como poderia te beijar?
Você nunca esteve comigo e eu nem olho no seu olho. 
Se você tiver uma ruga imensa na testa eu nem saberia.
A verdade é que eu não ligo se você tiver uma ruga imensa na testa.
Meu amor não encara você na real. 
Ele é uma entidade que transita entre o que você é e o que eu gostaria que você fosse. 
Por mais que eu aplique compressas e bálsamos neste amor, ele vai ser sempre como aqueles cortes cirúrgicos que cicatrizam mas em época de lua cheia zangam.
Há esta lua nova de maio, mas meu peito não sabe. Está tão inflamado de amor que chega a doer.
 


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