sábado, 9 de abril de 2011

Omenosidade

O contato com criança pequena produz em nós inúmeras possibilidades de brincar  e é o que tenho vivido depois que passei a ser professora de uma classe de pequenos de seis anos. Tenho brincado até em sonhos.
O sonho que tive essa noite é a prova clara de que estou brincando até quando durmo. Em um quintal cheio de crianças eu conversava. Brincava e circulava entre elas até que me abaixei diante de uma pequena Camila, de cabelos alisados, muito parecida com outra pequena que conheci a tempos atrás. Perto dela um cão se coçava e eu tentei impedí-los colocado as mãos entre suas pernas e seu pescoço. O cão aborrecido com a brincadeira,  me mostrou os dentes.
De repente encontro no chão um recorte de jornal com  a seguinte manchete: A Omenosidade.
Pego o recorte para ler e descubro que ele descreve um fenômeno no qual as crianças podem ordenar que objetos animados e inanimados se movam na direção desejada.
A matéria apresenta ainda uma entrevista com Wendy, a menina que foi convidada por Peter Pan para ser mãezinha na Terra do Nunca. Algo  mais ou menos assim:
" No começo eu tentei mandar nos casacos e nos guarda-chuvas. Isso foi fácil. Eles circularam bem afoitos pelo quarto. Depois tentem mandar em Peter Pan. Apesar de sua resistência em pouco tempo o menino obedeceu. Só tive dificuldade com uma xícara que se recusou a seguir minhas ordens e por isso tive que erguê-la com uma espada."
No sonho pareceu claro para mim o que significava o fenômeno da omenosindade
No entanto minha filha, que teve de sair mais cedo para sua aula de sábado na faculdade, fez barulho no portão me acordou antes da hora. Peguei meu inconsciente de surpresa nesse chiste. Me levantei tentando, como sempre, ler nas entrelinha dessa conversa com meu id algo que torne meus dias mais amenos.
O que seria Omenosidade?
Só pude dar uma bela risada.
Não é que o matreiro estava, poeta como eu, brincando com as palavras?
Omenosidade não passa de uma junção das palavras O menos idade.
Vi que meu inconsciente, assim como Marcelo, das histórias de Ruth Rocha, estava brincando enquanto eu dormia.
Mas eu, que também sou esse inconsciente matreiro, tratei de aprender com isso. Estou certa que devo manter acesa minha capacidade de imaginar, de fantasiar e de crer no sobrenatural. Apesar das vicissitudes deste mundo não posso  perder a minha Omenosidade.

Norma de Souza Lopes

Um comentário:

  1. Não deixe-a escapar nunquinha. rsrs. Isso é bom demais. E já que você está dando aulas para os pequenos, vê se arranja umas horas de contação de histórias, tenho certeza que eles vão adorar. Encanta adultos, imagine crianças... Abraço grande, Norma! Paz e bem.

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