quinta-feira, 31 de julho de 2014

E essa agora? Vem com essa conversinha mole de que veio saber como ela está.
Não está aguentando ver seus olhos felizes. Daqui do sofá sei de tudo. Sei até quantas lágrimas ela derramou,  abraçada comigo, a coitada. Pensa que almofada não sente? Sente muito, viu!
O dia da partida foi pura covardia. "Seja Feliz.  Passe bem. Tenho que ir". Ela, certa de que havia outra, enlouqueceu de ciúmes, chorou rios de lágrimas.
Mas a danada é obediente. Três meses e já estava bem felizinha. Muitas vezes a vi dançando e cantando aqui na sala. A cada encontro novo ela remoçava. E não foi um só não. A casa andou florida por meses, tantos eram os buquês.
Eu não a-cre-di-to que ela está abrindo um vinho. Paixão antiga mexe mesmo. Ah, não! Sentar do meu lado não! Que falta que me faz um boca cheia de palavras para exorcizar este ordinário. Depois sou eu que enxugo as lágrimas.
Perái... Isso menina, derrama.
"Estou em outra sabe, com a sua partida resolvi experimentar outros relacionamentos, muita gente me amou, mas eu não quero me amarrar de novo não."
Eu não diria melhor. Dorme com essa,  ladino. Se eu não te conheço, até trazer outra para casa você trouxe. Sentou aqui exalando perfume de melancia. Mal gosto.
Quero ver o que você sente vendo ela lépida como uma pena de flamingo, flutuando em outros abraços. Vai nessa Don Juan. Se apressa que o moço de hoje chega daqui a pouco. Vai levá-la para jantar naquele restaurante luxuoso a beira da lagoa. Perdeu meu caro. Bye, Bye, so long, farewell.

NSL
31/07/14

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