quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Segundo a medicina, falado especificamente das bactérias, as adaptadas são as que mais matam. São chamadas de superbactérias porque superam aos ataques dos atitibióticos e permanecem vivas.
São super assim como um superesportistas, superoficiais, supergirls e superboys, supermodelos, superman superiores, superwoman. São super porque são adaptadas. O são porque resistem a doses altíssimas de medicamento e são capazes de mudar a própria estrutura. Mas elas quase sempre matam os organismos onde se instalam. Matam por que alimentam-se do fracasso desses organismos vivos para desenvolver a própria cepa. Não que haja uma ética bacteriológica, é simples código de sobrevivência.
O dicionário Michaelis define adaptado como tornado apto, acomodado, ajustado.São palavras que não parecem combinar com o exercício de luta desses seres. Transmissão genética, transmutação de DNA não parece combinar com palavras como ajustado ou acomodado.
As bactérias que desaparecem com o tratamentos vão se deixando dizimar pelas doses normalizantes de antibióticos.
São duas horas da manhã e eu estou aqui tentando resolver essa equação difícil. Eu não sei realmente a qual cepa pertenço. Não sou nem quero ser super nada, principalmente quando isso significar fazer parte desse espetáculo tétrico que vejo por aí. Mas venho camaleonando desde o berço para sobreviver. E isso me coloca nunca condição especial.
Mas que vai ensinar esses meninos pretos de favela a mutar? Quem vai ensinar essa mulheres violentadas a mutar? Quem vai ensinar esses dependentes químicos a mutar? Quem vai ensinar esses homosexuais timidos a mutar? Quem vai ensinar essas familias se teto, sem terra a mutar? E tantos outros que eu não posso me lembrar?
Eu estou isolada, mas isso não me impede de crer que cepas inteirar irão se levantar mutante, outro ser, o homos empoderados, e mostrar que não trata-se de ser super mas de ser humano.
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