domingo, 3 de agosto de 2014

Contar histórias pode ser algo bom e estranho. E com frequência esse estranhamento se acerca de mim. Gosto de contar para as crianças na biblioteca histórias da série de Niki Daly, que tem como personagem Jamela, uma menina sul-africana que vive num bairro de periferia com a mãe, a quem ela chama de Mama. Me atrai nessa série a semelhança com o nosso cotidiano, de escola de periferia. 
Jamela é esperta e sapeca, e sempre encontra soluções inusitadas para seus dilemas. Vou falar aqui de um livro que chama-se "O que tem na panela, Jamela?". A começar pela capa ele já é bom. Aparece uma ilustração maravilhosa de Jamela fugindo com uma galinha debaixo dos braços. Na história a menina recebe uma galinha para ser engordada e sacrificada no natal, o que é óbvio, ela não faz. Ao final da aventura ela acaba por ludibriar a todos e manter a galinha viva. 
O que me causa estranhamento e que enquanto eu vou contando fico lembrando das vinte e três galinhas no meu próprio terreiro, penso no sabor de uma galinha caipira e ainda assim converso com as crianças sobre a possibilidade de se ter uma galinha de estimação. 

NSL
03/08/14

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