(Con)fluir
Ainda que às vezes eu anseie
navegar águas indomadas
não me apetece
desafiar a efemeridade do poder
Por medo, covardia ou preguiça
tenho escolhido a ordem
e a calma rotineira da subordinação
(não sem nutrir alguns pensamentos insubmissos)
O gozo efêmero do poder
não é poderoso o bastante
a ponto de me fazer esquecer
o caráter ilusório de seu prestígio
a ponto de me fazer esquecer
o caráter ilusório de seu prestígio
Me repugna a imposição da vontade
estimo antes a influência sutil e o convencimento
mas suave ao amigos
mais branda aos adversários
Norma de Souza Lopes
Você me fez viajar em palavras longínquas, tão belas quanto esse seu poema inquieto, Norma.
ResponderExcluir"Me pediram pra deixar de lado toda a tristeza
Pra só trazer alegria e não falar de pobreza.
E mais:
Prometeram que seu cantasse feliz, agradava com certeza.
Eu, que não posso enganar,
Misturo tudo o que vi.
Canto sem competidor, partindo da natureza do lugar onde nasci.
Faço versos com clareza:
A rima, belo e tristeza
Não separo dor de amor.
Deixo claro que a firmeza do meu canto
Vem da certeza que tenho
De que o poder que cresce sobre a pobreza
E faz dos fracos riqueza
Foi que me fez cantador."
Meu abraço. Paz e bem.