Como é bom ter tempo para ler. Acordei cedo e acabei de ler dois dos doze livros que separei para ler nesse recesso. O primeiro foi de Rainer Maria Rilke, “Cartas a um Jovem Poeta”. Senti inveja do jovem Kappus tento tido conselhos como "Tente amar as próprias perguntas" ou " procure, como se fosse o primeiro homem, dizer o que vê, vive, ama e perde" ou ainda "Investigue o motivo que o impele a escrever; comprove se ele se estende às raízes até o ponto mais profundo do seu coração, confesse a si mesmo se o senhor morreria caso fosse proibido de escrever".
Se quando jovem tivesse eu encontrado um remetente tão loquaz talvez não estivesse hoje fazendo essa poesia pastiche e tão autoreferente. Ou não. Vai saber. Como disse o proprio Rilke "Ser artista significa não calcular nem contar, amadurecer como uma árvore que não apressa a sua seiva e permanece confiante durante as tempestades da primavera".
Outra delicia que acabei de ler foi " O Velho e o Mar" de Ernest Hemingway. Três dias viajando pelas águas do mar aberto de Havana com o velho Santiago, lutando dignamente com um merlin gigante. Movido inicialmente pela mesma tolice que às vezes me acomete, provar o seu valor, Santiago acabou descrevendo um belo mergulho em si mesmo. As conversas do velho Santiago consigo (sua mão ferida, seu corpo dolorido e cansado), com o peixe capturado, com o mar e com os tubarões me remeteram às minhas conversas intimas com meu envelhecimento e minha solidão. As respostas que o velho recebe (astúcia de Hemingway) são muito semelhantes às respostas em terceira pessoa que às vezes recebo.
A conclusão que o velho chega afinal e que talvez seja a conclusão que me aguarda é que há algo de bom em tudo, mesmo na derrota " é um bom barco, [...] o vento é nosso bom amigo [...] E o grande mar, como nossos amigos e inimigos, E a cama [...] A cama é minha amiga. [...] eu nunca tinha sido derrotado e não sabia como era fácil. E o que me venceu?"
Se quando jovem tivesse eu encontrado um remetente tão loquaz talvez não estivesse hoje fazendo essa poesia pastiche e tão autoreferente. Ou não. Vai saber. Como disse o proprio Rilke "Ser artista significa não calcular nem contar, amadurecer como uma árvore que não apressa a sua seiva e permanece confiante durante as tempestades da primavera".
Outra delicia que acabei de ler foi " O Velho e o Mar" de Ernest Hemingway. Três dias viajando pelas águas do mar aberto de Havana com o velho Santiago, lutando dignamente com um merlin gigante. Movido inicialmente pela mesma tolice que às vezes me acomete, provar o seu valor, Santiago acabou descrevendo um belo mergulho em si mesmo. As conversas do velho Santiago consigo (sua mão ferida, seu corpo dolorido e cansado), com o peixe capturado, com o mar e com os tubarões me remeteram às minhas conversas intimas com meu envelhecimento e minha solidão. As respostas que o velho recebe (astúcia de Hemingway) são muito semelhantes às respostas em terceira pessoa que às vezes recebo.
A conclusão que o velho chega afinal e que talvez seja a conclusão que me aguarda é que há algo de bom em tudo, mesmo na derrota " é um bom barco, [...] o vento é nosso bom amigo [...] E o grande mar, como nossos amigos e inimigos, E a cama [...] A cama é minha amiga. [...] eu nunca tinha sido derrotado e não sabia como era fácil. E o que me venceu?"
São livros que merecem ser lidos novamente. Recomendo.
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