Acordei essa manhã com um barulho do atrito de faca em uma pedra de amolar. O renhéem renhéem da faca sobre a pedra me deu a visão de alguém curvado sobre a pedra. Me imaginei sentada, próxima a ele, conversando.
Como gostaria de ter tempo para conversar com alguém que ainda amola facas.
Quem ainda amola facas acredita que ela possar servir, se não para sempre, pelo menos enquanto há metal para o fio.
Não posso.
Venho enlouquecendo por causa desse trabalho no qual diariamente ouço centenas de pessoas. Elas me invadem com suas superficialidades e profundidades.
Gostaria de ter tempo para ouvir apenas um amolador de facas.
Norma de Souza Lopes
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