Nascer homem
Adela Zamudio
Tradução de Norma de Souza Lopes
Quanto trabalho ela tem
Para corrigir a falta de jeito
De seu marido, e em casa,
(Deixe-me assombrar-me)
tão inepto quanto estúpido
segue sendo o cabeça,
porque ele é o homem.
Se alguma escreve versos
- "De alguns estes versos são
ela só subscreve;
(Deixe-me surpreender-me)
Se que ele não é poeta
Por que tal suposição?
Porque ele é o homem.
Una mulher superior
nas eleições não vota,
e vota no pior patife;
(Permita-me que me assombre)
com só saber firmar
votar num idiota,
porque é homem.
Ele se abate e bebe ou joga
em um revés da sorte;
ela sofre, luta e reza;
ela se chama “ser débil,
e ele se nomeia “ser forte
porque é homem.
Ela deve perdoar
se seu esposo lhe é infiel;
mas, ele pode se vingar;
(permita-me que me assombre)
em um caso semelhante
até pode mata-la,
porque é homem.
Oh, mortal!
Oh mortal privilegiado,
que de perfeito e cabal
gozas seguro renome!
Para ele que basta?
Nascer homem.
Daqui ó http://emmagunst.blogspot.com.br/2011/03/adela-zamudio-nacer-hombre.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário