De todas as idiotas
eu fui a única
que escolheu sexo sem compromiso.
De todas as idiotas
eu fui a única
que bebeu sozinha nos bares.
De todas as idiotas
preferi ser amiga com benefícios
a ser esposa com prejuízo.
De todas as idiotas
eu lhe liguei
só para ver se estava bem.
De todas as idiotas
desprezei ao homem insoso
só para estar sozinha.
De todas as idiotas
sou a que cozinha por amor aos aromas
e não pelos filhos.
De todas as idiotas
sou a que não teme falar
nem teme ficar calada
quando há tempos
em que as pessoas geralmente são
de escasso pensamento.
De todas as idiotas
sou a que ama mais a seus amigos
que a seus amantes.
De todas as idiotas
sou a que prefere mais um homem
com boa ortografia
que com um bom trabalho.
De todas, todas as idiotas,
nunca pretendi destacar-me,
nunca pretendi ser ou não ser,
nunca pretendi irritar,
abusar, ignorar,
sem dúvida até os mais idiotas
sabem que minha poesia é ruim,
que o álcool é o puro elixir
que dissolve meus dias de angústia.
E cada vez que observo minha janela,
O cigarro se dissipa,
a cama está vazia
e os poemas quietos;
e então sempre fui
a mais idiota
de todas.
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