Há algum tempo escrevi esse poema e achava que me aproximava da verdade das relações.
SOLIDÃO
A consciência da minha solidão me liberta
Com ciência de que todos são máscaras
Encontro real não existe
Me amo hoje
meu existir é o que há de real
Solidar comigo
com o outro apenas
meros pontos de contato
segundo efêmeros de toque
Com ciência de que todos são máscaras
Encontro real não existe
Me amo hoje
meu existir é o que há de real
Solidar comigo
com o outro apenas
meros pontos de contato
segundo efêmeros de toque
Hoje sinto que devo reescrevê-lo. Me sinto sem coragem para rabiscar meus escritos.
No entanto o farei no futuro.
Naquele momento eu pensava que conseguiria ser um EU verdadeiro e real, sem marcas deixadas pelo OUTRO.
Hoje sei que isso não é assim. Aquilo que eu chamava de pontos de contatos foram marcas que o OUTRO deixava em mim. Algumas indeléveis.
De mim mesma só tinha e tenho o desejo de ser. Desejo que sempre me escapa como um objeto escorregadio, desconhecido, inconsciente.
Se eu estivesse escrevendo esse poema hoje eu apenas diria
Meu desejo é o que há de real
aspirações consolidadadas
na mistura entre o EU e o OUTRO.
NORMA DE SOUZA LOPES
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