domingo, 6 de março de 2011

Resenha de " A Sombra do Vento"

Depois de longos três meses concluí a leitura de" A Sombra do Vento" de Carlos Ruiz Zafón. Não que a obra seja ruim. A tradução impecável de Márcia Ribas nos trás um história densa e bem escrita.
A principio suas 464 me deixavam com preguiça.  Mas lá pela metade do livro a história esquentou e eu acabei pesquisando acerca da Espanha de 1945 para resolver meu problema de contextualização, que estava tornando o livro meio árido para mim.
A obra tem valor. Zafón usa inúmeras imagens para descrever os lugares, as pessoas e seus sentimentos. Apresenta metáforas primorosas. As intrigas vividas por Daniel Sempere, dos 11 aos 17 anos vão avolumando a história. A partir das 300 páginas não consegui largar o livro. Começa com um fato curioso: não se lembrando do rosto da mãe morta, Daniel recebe um presente fantasmagórico de seu pai. Uma visita a uma biblioteca secreta no centro histórico de Barcelona, o Cemitério dos Livros Esquecidos, da qual retira um exemplar de " A Sombra do Vento, obra de um tal Julian Carax.
Fascinado com o livro, Daniel passa a perseguir a história de seu autor e descobre que alguém vem queimando todas as obras. Descobre ainda e o exemplar que possui pode ser o último existente. 
Sua busca o coloca frente a frente com uma história tenebrosa de amor e ódio envolvendo todas as pessoas que cercaram Carax desde a juventude.
A história apresenta romance, suspense, perseguição policial, elementos sobrenaturais  e até uma leve contextualização do meio do século XX na Espanha. 
A sombra de Carax, Daniel compreende que sua obra está relacionada com a história de amor que viveu com uma Penélope Aldaya, filha da alta sociedade barcelonense. Ele também vive sua própria história de amor com Beatriz Aguilar, irmã de seu melhor amigo.
Como cena de fundo, a deslumbrante Barcelona ainda intocada pelos modernismos da América consumista, vai aos poucos despertando em nós aquilo que todo leitor busca, a curiosidade voyer de saber outras vidas, de entrever desfechos impressionantes. 
Recomendo a obra para quem gosta leitura volumosas e histórias robustas. Certifico que o desfecho é impressionante.

Norma de Souza Lopes

2 comentários:

  1. Norma, você me fez lembrar que assisti a um filme há muito tempo com uma história parecida. Não tem o mesmo nome do livro, mas é muita semelhança. Não me lembro o nome. De qualquer forma, prefiro sempre as histórias dos livros do que os filmes neles baseados. Esse deve ser do tipo que envolve a gente como, por exemplo, A Casa dos Espíritos. Vou querer lê-lo. Abraços. Paz e bem.

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  2. Norma, voltei para deixar um abraço especial neste dia . Você faz parte daquele time de mulheres que faz a gente poder ver que o mundo é melhor do que se nos apresenta. Muita paz e bem.

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