lembra-se daquele dia na praça da matriz
quando corremos atrás do pardais só para fingir que voávamos?
juntas não há constrangimento em ser infantil
lembra da máquina de música movida a moedas
quem usa moedas hoje em dia, meu bem?
a gente se encontra
nestas pedras gastas da leste
xeque-mate você disse, é uma bebida de morte
e nem com isso aprendi
fito seu sorriso largo, um rio amazonas
atravessando a semana de bh
outro dia te vi pedindo vinho
no bar do antônio
ele caprichando
é sempre assim pra você
a vida te dá extras
olhando sem muita vigilância
você nem parece fazer tanta força
para ser feliz
arquiteto planos
para poder continuar te amando
sem essa tralha do amor romântico
mas, se me distraio
já estou citando adélia, adília, drummond
querendo inventar um poema
onde habitamos sós
simulo uma sereia
a espera que você
possa me desejar
queria pousar
em você, meu amor
como quem põe flores
em seus cabelos
escondê-las na bagunça dos cachos
até que imperceptível
elas gravitassem pelo ar
indolores
Nenhum comentário:
Postar um comentário