quarta-feira, 4 de março de 2020

de queixo erguido

Olho de longe o amor, como quem observa um felino armando o bote. Quem inventou essas couraças, gestos e palavras para me blindar, evitar sofrer?
Lanço mão do sarcasmo e me chamo de trouxa. Alimento a ideia de que em alguma relação, que não as minhas, haja a possibilidade de ser feliz totalmente sem enganos. Dizer para não ser, parece tão esperto.
Me apego aos falsos exercícios de controle, na minha "vasta"experiência e finjo que, diferente de todo mundo, não estou vulnerável, sei o que estou fazendo. Faço finta nos botes do amor romântico.
Vejam como é bela minha armadura. É uma pena ela tolher qualquer abraço que eu mesma possa me dar.

3 comentários:

  1. O amor, esse bicho estranho e assustador! A solidão é pior ainda quando não conseguimos nos amparar. Quando não podemos ser companheiros de nós mesmos. O que é pior, ser sozinho ou solitário? Nunca sei a diferença.

    O que eu acho mais belo no seu texto é como ele pode ser triste, acertado, universal, pungente e ainda assim tão íntimo.

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