sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

π

um poema que teime
em não dizer o urgente
óbvio e necessário
é um poema sintoma

perfurar os círculos
do incompreensível
finalmente acariciar
as  paredes do âmago
das coisas
sentir sua textura
calor e espessura
e constatar
não está lá

nem na inútil procura
de si no seio do outro 
esta fuga esquiva
do enigma vazio
da essência de tudo
é puro tempo perdido

de mãos dadas
acariciar as faces
do poema
até que desenhe
nas paredes da periferia
das existência
a alegria das palavras
livre, lar, só
e gratuita alegria
de dançar
em pole dance
ou passe dloube
eu e o poema 

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