terça-feira, 14 de junho de 2016

dois cavalos em contramarcha

perco a poesia do voo dos pássaros
das pegadas dos navios no mar
quando me agarro 
ao susto previsto de agosto
ao corte seguro das asas

sou dessas que revira as brasas
que cavouca a terra das violetas
guarda as bordas rotas da casa
sufoca nas dobras do corpo
desejos inomináveis da alma

violetas não esperam ser abraçadas



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