Epítome
Contra esse eu fraquinho e fugidio
tenho firmado identidades variadas
mas diante de qualquer rugido
abro fuga ganindo desesperada
A ameaça que assola meus dias
o outro devorador, as palavras triturantes
desmedido total disjecta membra
transversal rejeição dilacerante
Por temor e covardia de existir
manifesto o não ser da alma
inconsistência do pleno ser
infinidades que conduz ao trauma
A pergunta que a poesia engendra
há uma existência irrevelada
o que acontece se anular o medo
e achar o mapa entre o ser e o nada
A resposta se apresenta incólume
do máximo que pode acontecer
posso existir em liberdade
se deixar esse eu morrer
Norma de Souza Lopes
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