Agravos
Hoje eu quero falar em prosa. Clamo ao Pai que resolva os agravos e injustiças que sofro mas temo em esperar solução. Será que ela virá?
Sei de longa data que sou um milagre nessa terra desde o ventre de minha mãe. Isso por si só já é prova suficiente que Alguém maior que eu olha por mim.
Mas tendo sempre a temer os outros estralhaçadores que me rodeiam e isso me leva sempre a soluções covardes. Tenho sido covarde ao pedir solução divina?E se eu tomar as rédeas das circunstâncias e conduzir os fatos a meu contendo?
Me aquece a alma pensar que a vingança divina cairá sobre aquele que maltrata um justo, que engana que mente para provar teses particulares. Mas esse sentimento não é suficiente para aplacar minha sede de justiça.
Por ora entendo que tenho comido o melhor dessa terra e tenho dias felizes apesar dos ardis de meus adversários. Creio que não vale estragar meus dias com contendas que provem a razão de meus atos. Ela já é em si, não precisa de provas.
O que sei acerca de tudo é suficiente para saber que, se o outro me culpa, o faz fundado na própria incompetência. Que dor lidar comigo, sensível e pronta em tudo. Como eles poderiam viver se não esmagassem minha auto-confiança?
Saber que tenho acertado na maioria das vezes, que tenho feito o melhor aos que me cercam é suficiente para mim. Não preciso lutar lutas insanas. Só preciso do meu trabalho, da minha família, da minha honra e de minha poesia.Ocasionalmente posso rir de mim mesma, é melhor que precisar rir do outro para se sentir perfeito.
E quanto às soluções divinas acho que elas já vieram.
Norma de Souza Lopes
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