Em 2007, por ocasião de uma grave crise mental, eu fantasiava a implosão de todos os prédios escolares. No fundo do meu desespero eu queria começar do zero, fazer outra escola, outra educação.
Estranhamente o Corona vírus parece ter operado essa implosão. O espaço escolar, seu formato, suas tecnologias não atendem mais nem seu objetivo educativo primeiro nem os tangenciais, que é o de ser uns dos únicos aparelhos que leva uma certa assistência social onde o estado não chega. Ele precisa deixar de ser o que é.
No entanto quase ninguém, a começar pelas agências governamentais, consegue começar do zero. Fazer outra escola.
A minha fantasia era pensar que derrubando os prédios derrubaríamos seus dispositivos de exclusão. Eles não são de concreto. Eles estão erguidos discursivamente dentro de nós com a dureza do concreto.
É preciso muita força para não enlouquecer de novo. Aqui, imóvel diante da marcha da morte, da epidemia invisível da fome, incapaz de pensar algo novo, que interrompa o PROJETO hegemônico de exploração que avança irreprimível sobre o mundo.
De novo esse medo de ter me enganado em acreditar na força da educação.
Amiga, você não se enganou. A educação, a arte, a cultura, são forças poderosas. Estou contigo.
ResponderExcluirSabe, quando eu comecei a fantasiar cortar o meu pescoço na frente do meu chefe, o que me salvou foi poder ler mangás e romances históricos. Ah, e assistir animes também. Eu só pude ter acesso a isso por causa da educação.
Estamos juntos, amiga.
Alento, meu querido. Um dia de cada vez <3
ResponderExcluir