Difícil escrever te quero com loucura.
Até a medula. Que será de minhas mãos
se lhes roubam a magia sonora do corpo?
Difícil. Muito difícil um poema de amor neste tempos.
Acontece que tu está. Feroz em tua evidência.
Acontece que estou. Contrafeita. À espreita.
E acontece que estamos.
A lei da gravidade não nos perdoa.
Difícil é dizer te quero neste tempos.
Te quero com urgência.
Quero fazer um aparte. Sem dúvidas e sem armadilhas.
Para dizer te quero. Assim. Simplesmente.
E que teu amor me salva do uivo noturno
quando a loba demente da febre me arrebata.
Não quero que me doa a falta de ternura.
Mas amor. Que difícil é escrever que te quero.
Assim. Entre tanto cinza. Tanta moléstia junta.
Como posso aspirar a transparência.
Retomar esta voz tão desgastada.
Esta costume antigo para dizer te quero.
Assim. Simplesmente. Antigamente. Digo.
Se todo é tão difícil. Se tudo dói tanto.
Se um homem. E outro homem. E logo outro. E outro.
Destroçam os espaços onde se guarda o amor.
Si não fosse difícil. Difícil e tremendo.
Se não fosse impossível esquecer essa raiva.
Meu relógio. Seu tic- tac. A rota para o cadafalso.
Minha sentença ridícula com esta corda falsa.
Seu não fosse difícil. Difícil e tremendo.
Plasmaria este verso com sua cadência tosca.
Se fosse tão simples escrever que te amo.
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