Estava eu descascando uma pera distraído
contente de servir-me o desjejum,
quando de repente notei o pouco pudor
com que se deixava eliminar a vestimenta
e como soltou umidades e como me escorrias pelos dedos
um jogo lúbrico que me pedia certo pudor que nesta matéria eu havia perdido
e não por isso eu a sentia menos densa e doce
acomodar-se à temperatura de minhas mãos;
a nomeei suavemente no reino das frutas,
a chupei, a mordi, a fiz minha
e escrevo seu nome para que não se apague a memória dos
séculos: pera.
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