segunda-feira, 25 de julho de 2016

se duvidar

se você duvidar de meu lirismo prosaico 
levo a palavra em praça pública amarrada pelo maxilar
rebento versos em louvor a desordem e se duvidar
escrevo estrofes que não valham nem para cadarços e se duvidar 
desmascaro a falta de sentido de tsunamis, guerras, desemprego 

e a distribuição injusta da riqueza e se duvidar
denuncio os gritos da barbárie escondidos sob 
as paredes cinzas da avenida paulista e se duvidar 
adio os simulacros de alegria só para assistir de camarote 
você caminhar de mãos dadas com a dúvida sem resposta 
comum a todos os improdutivos filhos do medo

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