um menino de periferia
um pouco velho que o de sua classe
tinha coragem nos olhos
e vontade férrea
para não cumprir decreto
começou a ler poesia
debaixo do braço
trazia em secreto uma Adélia
como quem guarda preciosa bagagem
um dia deixou de vir
e de adivinhar o fim das histórias
achou droga mais satisfatória que a escola
a cadeira vazia ditou desventura
a despeito de sua falta
sigo alimentando a ilusão
de que a poesia salva.
N.S.L
30/12/12
Nenhum comentário:
Postar um comentário