eu descasco e corto uma laranja
e o sumo, indiferente aos meus esforços
escorre e por um segundo vislumbro
ali, nas gotas, o amor, a alegria, a paz
que já não existem mais
e assim a vertente
de meus desconsolos
vista de cima, em gotas
sem nenhum glamour
parece absolutamente ridícula
Pensei nas gotas do sumo como lágrimas. Na laranja sendo o próprio eu lírico, que se fere, que sofre, pela perda. E essa perda não precisa ser uma ruptura, mas a própria ação do tempo, que degrada as coisas...
ResponderExcluirBoa interpretação 😍
ResponderExcluir