O pior não é ter que conviver. O que me mata é a lama de ódio que me chega aos joelhos. O ódio do outro que, por empatia, se instala em mim mesma.
Se me gritam, é uma bóia que vem tarde. Às margens do meu corpo apenas o silêncio de uma afogada.
Diante de mim essa procissão de guerreiros lutando por vantagens insignificantes ou pela palavra final.
Onde foram parar as palavras de pele e osso que me despertavam do pesadelo?
Onde foram parar aquelas alegrias que perseveravam apenas por amor a si mesmas?
Estou muito cansada. Exausta.
Ai, amiga, que dor. Por vezes sinto que todos estamos afogados. Esse poema me parece uma esfinge. Mesmo que eu consiga decifrá-lo, serei devorado.
ResponderExcluirFiquei pensando nas palavras de pele e osso. Não há carne. Pensei na assopradora de ossos. Ou em palavras que, ainda que magras, nos sustentam.
E os guerreiros? A palavra final me pareceu a morte. Ou seja, não há vitória.
E o tempo é como estarmos no centro de uma represa que se vai enchendo.
No final, nos adotamos de tempo.
Relendo o poema e meus comentários, pude perceber minha imaturidade. A palavra final me pareceu agora algo muito mais literal: as discussões nos perfis e comentários, onde todo mundo sempre quer ser o último a falar.
ExcluirMinha última frase, creio eu, está errada. Acho que eu quis dizer que, no final, nos afogamos de tempo.
Amigo, não somos os mesmos. Nunca seremos. E isso é maravilhoso. As alegrias pequenas voltaram 😍
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