quinta-feira, 14 de setembro de 2017

ombros

tudo porque quis
procurar no poema
o que escapa
ser medeia de amor
e rancor
(o ódio não é o contrário
companheiros talvez)

cada qual a seu modo 
esconde crenças e medos 
malogros impronunciáveis
imersos na mesma água
da agonia contemporânea
(a ironia é o novo 
mal do século)

destilei entre os dedos
a carcaça de um dia
um dia inteiro, inútil
dói horrores
fosse o brotar de uma asa
eu nem chorava

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