Chega a chuva de janeiro
aos ombros dos transeuntes.
Úmida tristeza em seus guarda-chuvas.
O frio se coloca em torno de seus pescoços.
Mas por trás da névoa da janela,
marido, tu e eu, nos entretemos
fazendo o que tão bem sabemos
fazer. E o repetimos
para causar rubor aos vizinhos
e inveja às freiras
do colégio em frente.
Outra vez, e outra vez,
que uma só não é
suficiente. A melancolia chega
para vender-nos sua enciclopédia
em enfadonhos fascículos.
Não a deixe entrar, querido,
que ponha seu ouvido na porta
e saiba que estes dois mortais
não necessitam mas que o corpo
para não morrer nunca.
nesta fria tarde.
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