Concluo meus poemas sempre com as mãos trêmulas e com um "Puta merda com isso é bom!"
É preciso dias, às vezes meses, para achar seus defeitos.
E eu sempre os encontro quando lanço sobre minha poesia um olhar flagrante, fantasiado de olhar do outro.
Então vem a vergonha.
Não uma vergonha tímida de criança pequena atrás de perna de mãe.
Mas uma vergonha avassaladora de quem saiu de casa exultante com suas vestes novas e foi parada de repente por um adversário a quem se desejaria impressionar.
A vergonha que se sente sempre que o dissimulado arranca um pequeno quadrado ali perto do colarinho, e dispara, com voz em falsete:
_ Você esqueceu-se de arrancar a etiqueta.
N. S. L
18/11/12
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