terça-feira, 29 de novembro de 2011

Adeus Gwenever

Hoje vou me despedir de você Gwenever. Pode ir caçar insetinhos em outras paragens. Segue tranquila que eu estou bem.
Quero agradecê-la por ter sido meu alterego imaginário. Eu precisei disso por um tempo pois não podia dialogar comigo mesma, não achava substrato. Ter uma lagartixinha como confidente me serviu para fazer a transição que fiz.
Aquelas inúmeras vozes com as quais eu conversavam foram se reduzindo... reduzindo... Então veio você, me autorizando a gozar da raiva e de meus instintos reptilianos. Passei a falar só contigo. E como você era eu, passei assim a falar comigo mesma, sem a invasão externa.
Bastou esse sonho com o meu umbigo para entender a conversa agora é comigo, sem identidades alheias. E onde não há nada terei que inventar. É engraçado, me reinventando aos quarenta... Mas também é maravilhoso.
Gwen, isso não deve ser surpresa para você. Alteregos imaginários sabem quando devem vir e ir.
Valeu, minha pequena geconida. 

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