quinta-feira, 5 de novembro de 2020

koan

Que me interesse a resposta 

à pergunta do mestre

zen sobre qual é o som de palmas 

de uma só mão

não sou capaz de 

evitar o arrepio nas orelhas 

deixo que me envolva 

a memória, caixas alinhadas 

a textura e o cheiro sem nome 

de sua pele, é quase um crime 

tentar dizer, mas era o som

e a alegria de vigorosas 

palmas, duas mãos

nosso encontro 

apenas existindo

sobre as cobertas

Um comentário:

  1. Lindo demais esse poema. Achei magnífica a ideia que vai do transcendente ao carnal, ao amor humano que se toca e que por isso mesmo é divino.

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