O corpo
guarda em um frasquinho em algum lado
a felicidade que me deste nos dias passados
para suportar um domingo como este.
Eu o destampo como se fosse um frasco de canela
eu o giro com cuidado
o miro
movo sobre a palma da mão
contemplo por um longo tempo
o fecho com nostalgia
e volto a guardar
pensando que já foi suficiente.
Porém o tempo é injusto.
Não passa meia hora
sem que queira condimentar
qualquer coisa que exista
com os ecos desse amor.
*
(Buenos Aires, Argentina, 1986)
http://emmagunst.blogspot.com/2018/06/veronica-penaloza-4-poemas-4.html
Ilustración de Alia Penner
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