como quem se prepara
para um encontro
com o nunca será
uma mulher
(que às vezes sou eu)
escreve
escreve para encobrir
os lamentos da falta inominável
escreve para se reerguer
dos tombos dos degraus da vida
a falta é um cálculo na carótida
e dos tombos só restam
as cicatrizes nos joelhos
dia desses uma mulher
(que às vezes sou eu)
iniciará o caminho avesso
de arrancar as páginas
é tudo uma questão de tempo
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