segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

caçada de maracujás doces

um banho no poço e você me chama
"vamos colher maracujá doce?"
sabe-me sem nada sob o vestido
isso ainda te excita
solta o facão no chão
e mija entre as touceiras de bambu
na travessia do córrego você para
e me apoia para que meus pés 
não se finquem na lama
conhece meus limites
corta as ramas de vassoura rente ao chão

trinta anos se passam
sou sua menina em fuga pelo mato
você me suga, e rasga e morde como manga
rasgo folhas entre os dedos 
levanta, me segura pelas mãos
olha longo por traz dos pés de cana
"acho que não é época de maracujá doce"

NSL
17/02/17

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