domingo, 26 de janeiro de 2014

transparência

quem dentre vós são dignos de confidência?
ninguém?
digo danem-se
e mais uma vez danem-se
indigno-no me com a inconfidência 
mas não calo, sou poeta

de um só fôlego digo sou louca
de pai, mãe, avô, avó
e certificado de procedência
mas conto com a discordância 
de dúzias de normóticos

de amor eu falo pouco e amo muito
cataloguei outro dia, entre fraternos 
e eróticos umas duas dezenas
dedico a todos uma fidelidade corvina

não é que eu não goste de finanças
de poupanças, ou de ganancias
mas aprendi com o pound que usura
está na contramão da vida
então cuido de não juntar

e para finalizar
não sou espelho deste mundo tosco
sou de vidro 


NSL
26/01/14/

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