quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Cor de Carmim

Naquele tempo um bando de retardatários do ensino médio noturno lotava os bares do centro nas sextas à noite. 
Ainda se chamava segundo grau. 
Os dois engataram uma conversa, tomaram vodca com almôndegas e depois foram transar e fumar maconha num motel barato da avenida Paraná.
Ela fazia loucuras na cama, dizia que era ninfo.
Saíram  juntos por mais de um ano.
Na formatura ela já estava grávida.
Decidiram dar um tempo nas drogas e morar juntos.
Compraram um abajur cor de carmim igual ao do motel do centro.
No aniversário de cinco anos do filho ela contou que nunca havia gozado.
Os dois choram tanto que as lágrimas inundaram o barraco.
Até hoje quando chove eles se lembram daquele dia.

NSL
12/12/13

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