quinta-feira, 27 de junho de 2013

Para Ricardo Aleixo e seu comentário acerca de Álvaro Vieira Pinto

Eu sem dormir pensando numa escola que não contivesse seus alunos em favor da ordem, que não apagasse a identidade de seus alunos com seus "uniformes" e você aí já postando a resposta. É de doer que a maioria não possa ver onde essa consciência ingenua exerça primeiro sua força. Se um isolamento mínimo fosse possível, ele seria identificado entre os professores e gestores reacionários dentro das escolas de periferia. 

"Para abrir os trabalhos do dia, recorro a um fragmento da obra de Álvaro Vieira Pinto, filósofo brasileiro que foi um dos formuladores do nacionalismo crítico (leia-se Iseb), nos anos pré-Golpe Militar. Quando já é nenhuma a influência do pensamento de Vieira Pinto, vale a pena ler com atenção, pelo menos, seu lúcido alerta, feito em 1960 (publicado em 1961, no livro "Consciência e realidade nacional) sobre os riscos que corria a democracia naqueles anos fixados que a indústria cultural fixaria no imaginário brasileiro como "dourados": 

'O fascínio da violência ronda a consciência ingênua. Nada mais fácil do que ceder, sempre, com a mais altruísta das intenções, ao generoso impulso de suprimir momentaneamente a liberdade para melhor organizá-la. A sedução da ditadura é um dos malefícios contra o qual mais nós devemos nos precaver, opondo-lhe a clareza do pensar crítico, sob forma de interpretação lógica do curso histórico. Tal sedução apresenta graus variáveis em suas manifestações. Vai desde os casos mais primários, [...], até as insinuações mais elaboradas que se dão conscientemente em forma de doutrinas totalitárias, passando pelas modalidades intermediárias da prédica jornalística ou parlamentar dos estados de exceção, como recurso extremo para a revisão moral da máquina administrativa e expurgo dos elementos maculados. É justamente a larga escala de manifestações desse tipo que o torna difícil de isolar'.

27/06/13




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