domingo, 30 de junho de 2013

Revolução

Sou dessas que acreditam que se pode dançar, fazer um churrasco ou ouvir um piano enquanto se engendra uma revolução. 




N.S.L.
30/06/13

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Botão


 Suas hélices pálidas

 soltas sob o caule

 como braços

antes do abraço 

ao botão. 

N.S.L

Zona de Conforto

Se você acha que não precisa radicalizar é por que ainda está confortável. 
A quanto conforto você poderia renunciar? 
Conseguiria viver um dia como um morador de rua, como um morador de favela, como um morador de periferia ou qualquer outro sem propriedade como tantos que temos no Brasil? 
Se a resposta é não, você não está pronto para a revolução que deveria derrubar o sistema econômico. Na verdade você precisa do sistema econômico  para manter sua zona de conforto. 

Norma de Souza Lopes 
27/06/13
A única possibilidade de não ser engolido pela Sociedade do Espetáculo, essa máquina regida pelo mercado econômico,   é a invisibilidade. Invisível eu reitero minha negativa de não jogar o jogo, de não fazer parte  da encenação dirigida pela  grande MERCADO que a todos vê e a todos coopta. Não conheço nenhum dos meus, que tendo ascendido à visibilidade excessiva, não cedeu a sedução. Não pense que perseguindo reconhecimento, visibilidade você irá escapar. Não irá. 

Norma de Souza Lopes 
27/06/13

Para Ricardo Aleixo e seu comentário acerca de Álvaro Vieira Pinto

Eu sem dormir pensando numa escola que não contivesse seus alunos em favor da ordem, que não apagasse a identidade de seus alunos com seus "uniformes" e você aí já postando a resposta. É de doer que a maioria não possa ver onde essa consciência ingenua exerça primeiro sua força. Se um isolamento mínimo fosse possível, ele seria identificado entre os professores e gestores reacionários dentro das escolas de periferia. 

"Para abrir os trabalhos do dia, recorro a um fragmento da obra de Álvaro Vieira Pinto, filósofo brasileiro que foi um dos formuladores do nacionalismo crítico (leia-se Iseb), nos anos pré-Golpe Militar. Quando já é nenhuma a influência do pensamento de Vieira Pinto, vale a pena ler com atenção, pelo menos, seu lúcido alerta, feito em 1960 (publicado em 1961, no livro "Consciência e realidade nacional) sobre os riscos que corria a democracia naqueles anos fixados que a indústria cultural fixaria no imaginário brasileiro como "dourados": 

'O fascínio da violência ronda a consciência ingênua. Nada mais fácil do que ceder, sempre, com a mais altruísta das intenções, ao generoso impulso de suprimir momentaneamente a liberdade para melhor organizá-la. A sedução da ditadura é um dos malefícios contra o qual mais nós devemos nos precaver, opondo-lhe a clareza do pensar crítico, sob forma de interpretação lógica do curso histórico. Tal sedução apresenta graus variáveis em suas manifestações. Vai desde os casos mais primários, [...], até as insinuações mais elaboradas que se dão conscientemente em forma de doutrinas totalitárias, passando pelas modalidades intermediárias da prédica jornalística ou parlamentar dos estados de exceção, como recurso extremo para a revisão moral da máquina administrativa e expurgo dos elementos maculados. É justamente a larga escala de manifestações desse tipo que o torna difícil de isolar'.

27/06/13




segunda-feira, 24 de junho de 2013

Me Alegro

Ainda que me entristeçam esses homens, sua cabeças de pedra, sua fumaça e sua balas de borracha
Eu me alegro com as crianças nas ruas e suas faixas e seu convite para brincar
Eu me alegro com as ruas sem carros
Eu me alegro caminhando com a música e o chiado das caixas
Eu me alegro como o medo nos olhos dos homens  do dinheiro e do poder
Eu me alegro com a força de meninos e meninas à frente dos bloqueios

Ainda me entristeça com o sangue no asfalto, rastro dos vândalos do estado,  nada me impedira de me alegrar. 

N.S.L
24/06/13

Visão critica dos protestos

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=_NC45bYjNDM

domingo, 23 de junho de 2013

Quem poderia dizer que aquilo que parecia tosco, a festa de faixas,  flaches, fumaça e bombas espoucando  na pista, a  T.A.Z. contaminada de esperança poderia nos unir?

N.S.L
23/03/13

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Que classe C que nada


Para quem anda dizendo que só a classe C vai as ruas, quero dizer algo importante, só existem duas classes. E a que está nas ruas não defende o capital. Quem defende o capital está diante das câmeras se fingindo de bonzinho. Quem está nas ruas recebe, recebeu ou vai receber salário, portanto proletariado. 
Uma musica para você pensar no assunto:

"E com o bucho mais cheio comecei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me organizando posso desorganizar" 

N.S.L
20/06/13

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Estão destruindo a cidade linda, os espaços limpos e lindos do rei comércio? Estão destruindo os bairros ricos, onde tudo é de primeira e toda a aparelhagem funciona? É mesmo? Desculpe-me, sou da periferia, não conheço isso não!
Então! Hoje foi assim. 8 horas de aulas, uma reunião de pais, 4 turmas, cerca de 120 alunos. E em todas (até na reunião) o tema eram as manifestações. Contei a historia desde o começo. Escolha pra Copa, aldeia Maracanã, desapropriações, Porto Alegre, São Paulo. Passe Livre, gastos com a Copa, descaso com a saúde e educação . Tudo que me lembrei. Ficavam todos calados e quem interrompia era advertido pelos colegas. Agora estão muitos aqui no face me pedindo dicas para a construção dos cartazes amanhã. Levaram solicitação de autorização para uso da imagem. Vou compartilhar as ideias deles amanhã. Eles querem fazer parte. E eu quero ajudar com isso.
Amanhã, quando eu começar a postar as fotos, vocês verão meninos e meninas de 10 e 11 anos que estão aprendendo a mudar um país!
 
N.S.L.
18/06/13

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Esse artigo me incomodou por que também me sinto um baixista, sem habilidade política para propor outro modelo convincente, contrário ao capitalismo. Mas me irritou também. Esse T.J. Clark perguntar "--que louco se atreveria a fazê-lo nas circunstâncias atuais?-- sobre a eficiência com que esse sistema gere seus domínios globais ou sobre a eficácia de seu humanismo militar." Eficiente. Não creio que seja eficiência. Eficiência implica em bons resultados para uma maioria. E isso o  capitalismo  não faz. Vejo outros modelos propostos todo dia. Gestão em modelos micro como Conselhos municipais, politica de referendos e plebiscitos, aumento dos impostos para os muito ricos, politica de moradia, outros modelos de consumo,  alimentação, transporte, educação e saúde.  As propostas estão dadas. Só não são visíveis para as lentes quadrados dos capitalistas.

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2013/06/1294782-o-futuro-da-esquerda-segundo-um-critico-marxista.shtml

domingo, 16 de junho de 2013

Sem dono

Eu sei, a gente fica desconfiado. Pra ser tão forte, tão grande, a direita só pode estar deixando, engendrando alguma politica escusa, como é do seu feitio.  Ou a esquerda rendida só pode ter um plano para fomentar e manter as coisas como estão. 

Não era essa massa, de estudante alienado, gente que só via futebol, que só ficava no Facebook? Não são eles ali na rua, no meio da fumaça, de roupa impermeável e vinagre na máscara?

Já deu pra ver. Se é tiro, foi no escuro, saiu pela culatra. 

Essa massa não tem dono não, cara. Não é cara-pintada. Tá lincada com tudo e sabe desacreditar. Vai mostrar pro mundo que não é bem assim. Vai mostrar que brasileiro sabe que pode ter um país bem melhor que a maquiagem escrota para  Copa. Vai aprender, chorando e levando bala de borracha, que politico só escuta a voz da força das manifestações. Em 60 a ditadura calou o movimento. Agora, ninguém vai nos calar.  

N.S. L.
16/06/13

sábado, 15 de junho de 2013

Eu tinha dezoito. Era uma festa no SESC e eu caminhava com ele entre as árvores. Éramos amigos e eu podia fluir a minha loucura intima sem constrangimento. Falei daquelas árvores, de como eu poderia receber sua força se as abraçasse. Ele me ordenou : "Abrace!". E eu abracei. E estou certa que aquele instante mudou minha história. Ainda hoje abraço árvores. 

N. S. L.
15/06/13

terça-feira, 11 de junho de 2013

O melhor em ser invisível é poder saltar nua em pelo para fora do meu nome. Agora que estou bicho solto, nenhuma identidade me veste. 

N.S.L.
11/12/13

domingo, 9 de junho de 2013

Todo fraco pode ser algoz

Quando fenda 
não mais dizer 
de falta
quando dizer furo 
for moda
é do lado da força
do que muda
que eu quero estar

Sem essa de poderosa
a potência é fluida
e na horizontal
todo mundo é igual
e goza

N.S.L.
09/06/13
Tanto artefato para esconder uma Serra!

Cruzou por mim, veio ter comigo numa rua da baixa

Coitada de mim, que diante desse pequeno encontro poético, me peguei também pedinte e vadia...

sábado, 8 de junho de 2013

O Zé Ramalho morreu, ressuscitou e eu o dia inteiro debaixo das grades da masmorra.  
Justo eu, que só me curo diante de milagres musicais. 
N.S.L
08/07/13

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Mais uma da minha série EU AMO LISTAS.

Esta se chama "As dez coisas para se dizer a um jovem artista" e foi inspirada em Austin Kleon.

1- Roube como artista;
2- Não espere saber tudo para começar;
3- Escreva o livro que você gostaria de ler;
4- Use as mãos;
5- Projetos e hobbies paralelos são importantíssimos;
6- O segredo: faça um bom trabalho e compartilhe o com as pessoas;
7- A geografia não é mais o seu mestre;
8- Seja agradável. O mundo é uma província;
9- Seja chato. É a única maneira de realizar o trabalho;
10- Criatividade é subtração

terça-feira, 4 de junho de 2013

Migalhas

Só podia ser caso pensado
na estrada onde eu andava
ele espalhava 
migalhas de palavras 
que me distraíam

Apesar da negra nuvem
de pensamentos
sobre a cabeça
no chão eu via
e colhia
os fragmentos
que ele deixava

mais 
               um 
      di
a

            bei

       jo
pe
              que
    nas
a                 le
         grias


Tateio-as nos bolsos
agora
bolas de gudes
e posso respirar. 

N.S.L
04/06/13








domingo, 2 de junho de 2013

Quero descer desse mundo no qual chorar ficou ridículo e trolar ficou cool! 
N.S.L
02/06/13

Amo listas. É  uma fixação íntima.

Esta eu aprendi com Keri Smith e tento colocar em exercício todo dia. E sei que muita gente por aí também. 

1- Esteja sempre a procura. Observe o chão debaixo dos seus pés.
2- Considere tudo que esteja vivo e animado.
3- Tudo é interessante. Olhe de perto.
4- Altere seu curso muitas vezes.
5- Observe longamente as coisas. Se não der por ser por períodos curtos. 
6- Percebe a história acontecendo ao seu redor.
7- Observe padrões e conexões.
8- Documente suas constatações e conexões de formas variadas.
9- Incorpore as indeterminações.
10- Observe movimentos.
11- Crie diálogos pessoais com o seu ambiente. Fale com ele.
12- Rastreie a origem das coisas.
13- Use todos os sentidos em suas investigações. 

Basta a metade desses passos para tornar meu dia criativo. 

N.S.L
02/06/13
Costumava dizer que a arte não serve à nada. Mas como, se ela me liberta todo dia?
N.S.L.
02/06/13