domingo, 20 de janeiro de 2013

Resenha "A morte de Ivan Ilitch"




Acabei agora de ler " A morte de Ivan Ilitch" de Leon Tolstoi, traduzido por Carlos Lacerda. Comprei e li o livro em 97 mas não me lembrava do enredo. Foi curioso reler os trechos que eu havia marcado na ocasião. Dezesseis anos atrá em sublinha coisa como "incompetência do tribunal", "desagradáveis deveres da conveniência", " o casamento nem sempre favorece  os prazeres e as amenidades da vida, e muito ao contrário, perturba frequentemente a tranquilidade e a harmonia...", "prazeres sociais (...) da vaidade. ", separava seus deveres funcionais da sua vida privada" dentre tantas outras marcações. 
No entanto o que mais me agradou na releitura foi, ao final do livro, a constatação construída por Tolstoi na cena da morte de Ilith quase que como revelação:

"Súbito uma força violenta golpeou-o no peito e na ilharga, dificultando-lhe ainda mais a respiração, e ele entrou no saco e lá, bem fundo, havia uma luz. O que lhe aconteceu foi como a sensação que às vezes se tem num vagão de estrada de ferro quando se pensa estar andando de costas, quando na realidade se vai para frente e de repente se percebe a verdadeira direção da marcha." 

A circunstância descrita evidencia que, assim como o que diminui a dor da vida é vivê-la, o que diminui a dor de se estar diante da presença inevitável da morte é simplesmente entregar-se a ela.
A expressão "A morte já não existe!" na penúltima linha me lembrou Nietzsche. 

Recomento a leitura. 

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