No entanto o que mais me agradou na releitura foi, ao final do livro, a constatação construída por Tolstoi na cena da morte de Ilith quase que como revelação:
"Súbito uma força violenta golpeou-o no peito e na ilharga, dificultando-lhe ainda mais a respiração, e ele entrou no saco e lá, bem fundo, havia uma luz. O que lhe aconteceu foi como a sensação que às vezes se tem num vagão de estrada de ferro quando se pensa estar andando de costas, quando na realidade se vai para frente e de repente se percebe a verdadeira direção da marcha."
A circunstância descrita evidencia que, assim como o que diminui a dor da vida é vivê-la, o que diminui a dor de se estar diante da presença inevitável da morte é simplesmente entregar-se a ela.
A expressão "A morte já não existe!" na penúltima linha me lembrou Nietzsche.
Recomento a leitura.
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