sábado, 28 de agosto de 2010



Do lado de cá do espelho


Recuo ante minha mãe no espelho
vê-la em mim me apavora
o timbre de voz nauseante
a semelhança que devora
reflete ela em mim, mutante.


E o que faço comigo?
Me divorcio do medo
não quero mais temer o não.
Tenho dormido com a dúvida
troco  certeza por senão.

Assino  alforria psicológica
não serei carona de ninguém
me aceito imperfeita agora
expelida a mãe que me controla
comprometo com o que me convém.


Norma de Souza Lopes

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