Escrita em
Outubro de 2007
Parei hoje para pensar no que daria esse meu intercâmbio com o
psicoclaustro e tive
idéias ilárias mas ao
mesmo tempo preocupantes.
Pensei numa volta triunfante ao Ensino Médio Noturno anunciando assim minha volta:
__ Olha, pessoal, vocês venceram no primeiro round, mas eu não vou compactuar com nada que não queira. Passei pela psiquiatria e não estranhei nada, porque a maioria dos doentes que encontrei lá, já havia conhecidos semelhantes aqui.
__ Quero afirmar que não faço conselho de classe sem representante de turma, não aceito escola sem grêmio, não aceito recuperação sem aulas extras, não aceito subir aula, não aceito vídeo de coisa nenhuma, não aceito registro de reclamação contra professor sem a presença de reclamado e reclamante. E se eu tiver algo mais a não aceitar acrescento depois.
__ Para dizer a verdade não acredito nessa escola, nessas salas com esse número de alunos, não acredito na fragmentação do conteúdo, no programa-de-aula-de-tráz-da-orelha, nesse salário de m..., nesses recursos mixos, nessa embromação legal que vem nos memorando, ofícios, pareceres, relatórios e resoluções. Não acredito em nada disso. Gostaria de usar os últimos e miseráveis centavos de meu salário para pagar uma escavadeira e derrubar todas a escolas.
gostaria de gritar num megafone ou em cadeia nacional que o espaço, o ensino e a proposta para a educação pública é uma droga e que deveríamos destruir todas as escolas e passar a usar a cidade para alfabetizar matematicamente, geograficamente, historicamente e linguisticamente.
Sei que seria calada, pois por muito menos passa-se meses em hospitais psiquiatricos. Por isso não falo, continuo engolindo gravetos. Volto par ao psicoclaustro por lá mesmo quando se é hipócrita, há a relevância do laudo médico.
Pois é
Abril de 2010
Depois disso eu:
tive alta,
voltei para a escola,
exonerei de um cargo,
mas continuo engulindo gravetos
(ocasionalmente eu os vomito)