há tanto daquelas águas
em seus olhos
há o verde neon das folhas novas
há as estrelas e cachoeiras
há nós, deitadas naquelas pedras
ou de mão dadas, mirando a lua
há seu cheiro de vento e mar
misturando o oceano
que somos
há um pouco da profecia
daquela minha poesia acerca do amor
há a poesia que compomos
estando sós
há a falta das carícias
dos versos tristes
que eu cantava
antes de você chegar
há ainda nossas sombras
não as desprezemos
sombras acomodam
meu medo desmedido
de que a felicidade
seja só
mais um truque do caos
há o agora infinito
a deslizar
enquanto caminhamos
e é nele
que quero habitar