domingo, 20 de novembro de 2022

 


    Há muito que eu trabalho e discuto o racismo e a agência do antiracismo o ano todo. Este ano dei mais uns passos. Compreendi coisas novas a partir da leitura de Franz Fanon e de sua leitura acerca da consciência, conciência-de-si e representação em Hegel. O que entendi é que representações e identitarismos me engessam e me impedem de ser humana, um ser em frenética mudança, que acolhe o acaso.
    Não que eu precise deixar de performar para lutar, não posso fazer isso. Mas, só vou aceitar ser negra para uns, ser parda para outros ou ser branca para outros quando isso implicar em luta contra as estruturas racistas. Implica também em fazer silencio quando um excluído fala e falar quando um excluído estiver sendo silenciado por essas forças.
    No entanto estou emocionada com esse dia, doida para celebrar, feliz que seja domingo. Espero que no futuro o 20 DE NOVEMBRO seja feriado, para que possamos ter tempo para fazer eventos discursivos e festas. Para conversarmos e celebrarmos colocando em em fluxo toda a força que a filosofia negra (ou cosmovisão,se preferirem) veicula, a saber, razão e corpo, este todo potente.